Crónica enviada por NÓS-UP
Diversas
geraçons de militantes obreiros participárom esta terça-feira na
concentraçom de homenagem que NÓS-UP realizou diante da fatoria
Citroën para comemorar a greve geral revolucionária de 1972.
Umha
luita gravada a lume na memória coletiva do proletariado viguês
Tal
dia como hoje de há 40 anos, 18 de setembro, dezenas de milhares de
obreiras e obreiros de Vigo seguiam em greve em solidariedade com o
proletariado despedido de Citroën por reivindicar reduçom e
melhoras na jornada laboral.
Boa
parte das grandes empresas da cidade e área de influência (Reyman,
Barreras, Vulcano, Freire, Refrei, Álvarez, Santodomingo, Artiscar,
Ascón, Censa, Plásticos de Galicia, Forjas do Miñor, etc) tinham
aderido à greve iniciada na fábrica automobilística sábado 9 de
setembro. A brutal repressom policial do regime fascista contribuira
a espalhar a luita. Deste jeito durante duas semanas o movimento
obreiro, com o apoio da maioria da populaçom, paralisou a maior
cidade industrial do País desafiando o terror franquista.
Previamente
o assassinato de dous obreiros do estaleiro ferrolano de Bazán
-Amador Niebla e Daniel Rei-, pola polícia, durante umha
manifestaçom 10 de março deste mesmo ano, tinha contribuido à
radicalizaçom de um setor destacado da classe obreira galega,
iniciando a rutura com as posiçons conciliadoras e pactistas do PCE,
e incorporando a luita nacional às suas reivindicaçons.
Vigo
nom ficara à margem deste processo. Dúzias de militantes das
Juventudes Comunistas, ativistas de CC.OO, com presença nas
principais fábricas, decidem separar-se so carrilhismo
em janeiro de 1972, após um tensa assembleia realizada no Alto de
Sam Colmado, perto de Zamans, exprimindo sem complexos a sua oposiçom
o “Pacto pola liberdade”. O resultado é a criaçom de
Organizaçom Obreira (OO). A defesa dos direitos nacionais da Galiza
frente o jacobinismo do PCE também jogou um papel destacado na
rutura.
Consolidaçom
do movimento obreiro galego como sujeito de transformaçom
José
Anjo Garcia Mendes, Hierro Chomón, Abelardo Colaço, Ramom Gonçales,
Aurora Pereira Caride, Moncho “o dentes”, Benedito de Barreras,
Anjo Guisande, Braúlio de Freire, som alguns dos nomes mais
destacados desta geraçom de militantes revolucionários que
modificam a hegemonia reformista do movimento obreiro.
O
conflito do 72 consolida a Organizaçom Obreira e a OM-LG
(Organizaçom Marxista-Leninista da Galiza).
Ambas
organizaçons -estrutura obreira e partido de vanguarda-,
desenvolveriam um papel destacado no Setembro
vermelho. Por primeira vez depois de
décadas de baixa conflituosidade o proletariado galego perdia o medo
à repressom franquista.
Assemblearismo
na toma de decisons, manifestaçons permanentes, luita de rua com os
“grises”, empregando barricadas e saltos,
aplicando técnicas de guerrilha urbana, convertérom o 72 viguês
num referente indiscutível da luita de classes na Galiza, e da
necessidade de que a classe obreira galega se dota-se de organizaçons
próprias.
A
brutal repressom saldada com dúzias de detidos e torturados, e mais
de 300 despedimentos permitírom que a partir de 25 de setembro a
normalidade voltasse os centros fabris.
Embora
o movimento obreiro sofreu umha derrota tática e parcial, setembro
de 1972 foi umha impresionante monstra da enorme capacidade do
proletariado unido e organizado, umha escola de militácia obreira
que permitiu que nos anos seguintes a nossa classe tivesse um papel
destacado na direçom das luitas contra a ditadura, polas liberdades
e contra a opressom nacional.
Há
uns meses Telmo Varela, que participou com tam só 17 anos nesta
greve, escrevia num artigo de opiniom que as “experiências
do ano 72 som de plena atualidade, válidas e necessárias, para hoje
em dia, se queremos avançar numha correta acumulaçom de forças
revolucionárias. Há que voltar a aquele espírito de que um
conflito numha empresa era a luita de toda a classe obreira. Assim
foi como jurdiu o Setembro vermelho em solidariedade com os
despedidos de Citroën (em luita polo convénio), umha luita numha
empresa converteu-se numha greve geral de 15 dias de todo o povo de
Vigo e comarca. Cousa nunca vista na história do movimento obreiro
galego. Ou no ano 76, que polo convénio de Barreras saiu à rua todo
o naval paralisando também as empresas do metal relacionadas com o
nval. Voltando pór Vigo “patas” acima, lembrando as luitas de
setembro de 72.
Hoje
em dia temos que recuperar aquelas experiências. As assembleias
abertas e participativas; comissons de propaganda, comissons que
organicem os piquetes, as açons a desenvolver, que elaborem um plano
detalhado de mobilizaçons para submeté-lo a aprovaçom da
assembleia; comissons que organicem a solidariedade e as caixas de
resistência, et cétera. Só asssim, umha luita independente e à
margem da burguesia e das suas organizaçons satélites, CCOO, UGT …,
podemos ter visos de êxito e de avançar no caminho correto.
Tenhamos as experiêncais em conta e apliquemo-las para seguir
avançando”.
Concentraçom
da Unidade Popular
Dúzias
de militantes e simpatizantes de NÓS-Unidade Popular concentrarom-se
diante da porta principal de Citroën detrás de umha faixa de
enormes dimensons lembrando a luita de 1972.
Tal
como manifestou Raúl P. Gonçalves às centenares de trabalhadoras e
trabalhadores que entravam e saiam da fábrica é “necessário
recuperar o espíritu de 1972 e luitar contra um governo e um sistema
que nos sobre-explora. Setembro de 1972 é um exemplo a seguir”.
Durante
mais de hora e meia fôrom lançadas permanentes palavras de ordem,
muitas das quais contavam com o apoio explícito dos centenares de
carros que circulavam pola avenida Portanet: “No setenta e dous,
Vigo luitou”, “O capitalismo é o terrorismo”, “Obreiro
parado, patrom colgado”, “A soluçom, a Revoluçom”, “A luita
é o único caminho”, “Contra o governo, contra o Capital, greve,
greve, greve geral”, “Trabalho temporário, terrorismo patronal”,
“Nom pode ser obreiros na cadeia, corrutos no poder”, “Contra
Espanha, contra o Capital, luita obreira, luita nacional”, “Telmo
Varela liberdade”, “Contra o Capital, rebeliom popular”.
Umha
discreta presença policial acompanhou em todo momento a
concentraçom, e um helicóptero da polícia espanhola sobrevoou em
várias ocaions a zona.
Centenares
de panfletos fôrom distribuidos à porta da fábrica. A continuaçom
reproduzimimos integramente o texto.
1972 –
2012 Hoje com mais razons, a luita continua
Em setembro de 1972 as obreiras e obreiros de Vigo permanecimos 15 dias em greve geral a reclamar melhores condiçons laborais e liberdades sindicais. Aquela greve começou em CITROËN, rapidamente estendeu-se ao resto do metal e, por fim, a todo o proletariado viguês.
Hoje, 40 anos depois, pouco fica já dos direitos laborais que a geraçom anterior nos deixou. Estamos a perder em pouco tempo o que levou muitos anos conseguir.
Os patrons nom deixam passar umha ocasiom para aumentar os seus ganhos roubando-nos cada vez mais, só esperam a que nós baixemos a guarda para nos passar por cima. Temos reconhecer que isso foi o que tem acontecido nos últimos tempos.
Por fortuna, contamos com o exemplo de quem luitou com coragem, com entrega e com firmeza. É tempo de aprender da nossa história, é tempo de luitar, chegou a hora de voltar levantar a cabeça e desafiar à burguesia.
Agora
volta ser ou eles ou nós. Como no 72 temos que ir à greve geral com
um programa claro: nacionalizar os setores estratégicos da economia,
abolir o trabalho temporário, proibir o despedimento improcedente,
ornada laboral de 35 horas e salário social para as desempregadas e
desempregados.
Como
no 72 usaremos os métodos da classe obreira, atacaremos sem piedade
aos empresários para recuperar o que é nosso.
Companheiras e companheiros de CITROËN, ponhamo-nos à vanguarda do proletariado viguês!
Companheiras e companheiros de CITROËN, ponhamo-nos à vanguarda do proletariado viguês!
Contra o Capital, luita obreira!
Greve
geral de 48 horas já!
Rebeliom
popular!
Vigo,
13 de setembro de 2012
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