miércoles, 19 de septiembre de 2012

NÓS-UP realizou unha Concentraçom de homenagem a greve geral revolucionária de 1972


Crónica enviada por NÓS-UP

Diversas geraçons de militantes obreiros participárom esta terça-feira na concentraçom de homenagem que NÓS-UP realizou diante da fatoria Citroën para comemorar a greve geral revolucionária de 1972.

Umha luita gravada a lume na memória coletiva do proletariado viguês

Tal dia como hoje de há 40 anos, 18 de setembro, dezenas de milhares de obreiras e obreiros de Vigo seguiam em greve em solidariedade com o proletariado despedido de Citroën por reivindicar reduçom e melhoras na jornada laboral.

Boa parte das grandes empresas da cidade e área de influência (Reyman, Barreras, Vulcano, Freire, Refrei, Álvarez, Santodomingo, Artiscar, Ascón, Censa, Plásticos de Galicia, Forjas do Miñor, etc) tinham aderido à greve iniciada na fábrica automobilística sábado 9 de setembro. A brutal repressom policial do regime fascista contribuira a espalhar a luita. Deste jeito durante duas semanas o movimento obreiro, com o apoio da maioria da populaçom, paralisou a maior cidade industrial do País desafiando o terror franquista.

Previamente o assassinato de dous obreiros do estaleiro ferrolano de Bazán -Amador Niebla e Daniel Rei-, pola polícia, durante umha manifestaçom 10 de março deste mesmo ano, tinha contribuido à radicalizaçom de um setor destacado da classe obreira galega, iniciando a rutura com as posiçons conciliadoras e pactistas do PCE, e incorporando a luita nacional às suas reivindicaçons.

Vigo nom ficara à margem deste processo. Dúzias de militantes das Juventudes Comunistas, ativistas de CC.OO, com presença nas principais fábricas, decidem separar-se so carrilhismo em janeiro de 1972, após um tensa assembleia realizada no Alto de Sam Colmado, perto de Zamans, exprimindo sem complexos a sua oposiçom o “Pacto pola liberdade”. O resultado é a criaçom de Organizaçom Obreira (OO). A defesa dos direitos nacionais da Galiza frente o jacobinismo do PCE também jogou um papel destacado na rutura.


Consolidaçom do movimento obreiro galego como sujeito de transformaçom

José Anjo Garcia Mendes, Hierro Chomón, Abelardo Colaço, Ramom Gonçales, Aurora Pereira Caride, Moncho “o dentes”, Benedito de Barreras, Anjo Guisande, Braúlio de Freire, som alguns dos nomes mais destacados desta geraçom de militantes revolucionários que modificam a hegemonia reformista do movimento obreiro.

O conflito do 72 consolida a Organizaçom Obreira e a OM-LG (Organizaçom Marxista-Leninista da Galiza).

Ambas organizaçons -estrutura obreira e partido de vanguarda-, desenvolveriam um papel destacado no Setembro vermelho. Por primeira vez depois de décadas de baixa conflituosidade o proletariado galego perdia o medo à repressom franquista.

Assemblearismo na toma de decisons, manifestaçons permanentes, luita de rua com os “grises”, empregando barricadas e saltos, aplicando técnicas de guerrilha urbana, convertérom o 72 viguês num referente indiscutível da luita de classes na Galiza, e da necessidade de que a classe obreira galega se dota-se de organizaçons próprias.

A brutal repressom saldada com dúzias de detidos e torturados, e mais de 300 despedimentos permitírom que a partir de 25 de setembro a normalidade voltasse os centros fabris.
Embora o movimento obreiro sofreu umha derrota tática e parcial, setembro de 1972 foi umha impresionante monstra da enorme capacidade do proletariado unido e organizado, umha escola de militácia obreira que permitiu que nos anos seguintes a nossa classe tivesse um papel destacado na direçom das luitas contra a ditadura, polas liberdades e contra a opressom nacional.

Há uns meses Telmo Varela, que participou com tam só 17 anos nesta greve, escrevia num artigo de opiniom que as “experiências do ano 72 som de plena atualidade, válidas e necessárias, para hoje em dia, se queremos avançar numha correta acumulaçom de forças revolucionárias. Há que voltar a aquele espírito de que um conflito numha empresa era a luita de toda a classe obreira. Assim foi como jurdiu o Setembro vermelho em solidariedade com os despedidos de Citroën (em luita polo convénio), umha luita numha empresa converteu-se numha greve geral de 15 dias de todo o povo de Vigo e comarca. Cousa nunca vista na história do movimento obreiro galego. Ou no ano 76, que polo convénio de Barreras saiu à rua todo o naval paralisando também as empresas do metal relacionadas com o nval. Voltando pór Vigo “patas” acima, lembrando as luitas de setembro de 72.

Hoje em dia temos que recuperar aquelas experiências. As assembleias abertas e participativas; comissons de propaganda, comissons que organicem os piquetes, as açons a desenvolver, que elaborem um plano detalhado de mobilizaçons para submeté-lo a aprovaçom da assembleia; comissons que organicem a solidariedade e as caixas de resistência, et cétera. Só asssim, umha luita independente e à margem da burguesia e das suas organizaçons satélites, CCOO, UGT …, podemos ter visos de êxito e de avançar no caminho correto. Tenhamos as experiêncais em conta e apliquemo-las para seguir avançando”.


Concentraçom da Unidade Popular

Dúzias de militantes e simpatizantes de NÓS-Unidade Popular concentrarom-se diante da porta principal de Citroën detrás de umha faixa de enormes dimensons lembrando a luita de 1972.
Tal como manifestou Raúl P. Gonçalves às centenares de trabalhadoras e trabalhadores que entravam e saiam da fábrica é “necessário recuperar o espíritu de 1972 e luitar contra um governo e um sistema que nos sobre-explora. Setembro de 1972 é um exemplo a seguir”.

Durante mais de hora e meia fôrom lançadas permanentes palavras de ordem, muitas das quais contavam com o apoio explícito dos centenares de carros que circulavam pola avenida Portanet: “No setenta e dous, Vigo luitou”, “O capitalismo é o terrorismo”, “Obreiro parado, patrom colgado”, “A soluçom, a Revoluçom”, “A luita é o único caminho”, “Contra o governo, contra o Capital, greve, greve, greve geral”, “Trabalho temporário, terrorismo patronal”, “Nom pode ser obreiros na cadeia, corrutos no poder”, “Contra Espanha, contra o Capital, luita obreira, luita nacional”, “Telmo Varela liberdade”, “Contra o Capital, rebeliom popular”.

Umha discreta presença policial acompanhou em todo momento a concentraçom, e um helicóptero da polícia espanhola sobrevoou em várias ocaions a zona.

Centenares de panfletos fôrom distribuidos à porta da fábrica. A continuaçom reproduzimimos integramente o texto.


1972 – 2012 Hoje com mais razons, a luita continua

Em setembro de 1972 as obreiras e obreiros de Vigo permanecimos 15 dias em greve geral a reclamar melhores condiçons laborais e liberdades sindicais. Aquela greve começou em CITROËN, rapidamente estendeu-se ao resto do metal e, por fim, a todo o proletariado viguês.
Hoje, 40 anos depois, pouco fica já dos direitos laborais que a geraçom anterior nos deixou. Estamos a perder em pouco tempo o que levou muitos anos conseguir.
Os patrons nom deixam passar umha ocasiom para aumentar os seus ganhos roubando-nos cada vez mais, só esperam a que nós baixemos a guarda para nos passar por cima. Temos reconhecer que isso foi o que tem acontecido nos últimos tempos.
Por fortuna, contamos com o exemplo de quem luitou com coragem, com entrega e com firmeza. É tempo de aprender da nossa história, é tempo de luitar, chegou a hora de voltar levantar a cabeça e desafiar à burguesia.

Agora volta ser ou eles ou nós. Como no 72 temos que ir à greve geral com um programa claro: nacionalizar os setores estratégicos da economia, abolir o trabalho temporário, proibir o despedimento improcedente, ornada laboral de 35 horas e salário social para as desempregadas e desempregados.

Como no 72 usaremos os métodos da classe obreira, atacaremos sem piedade aos empresários para recuperar o que é nosso.
Companheiras e companheiros de CITROËN, ponhamo-nos à vanguarda do proletariado viguês!

Contra o Capital, luita obreira!
Greve geral de 48 horas já!
Rebeliom popular!

Vigo, 13 de setembro de 2012

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